Dois painéis de 10 x 14 metros. Imperdível.
Neste trabalho de Portinari, é mais do que evidente que a sua arte é feita com o coração (perdão por ser clichê, mas não há outra forma de dizê-lo). Realmente, a experiência de visitar tais obras não permitem uma atitude racional, uma análise puramente formal ou historicista. Guerra e Paz emociona, e não há como conter isso. Dê tempo para si mesmo relacionar-se com a pintura, vendo-a de perto, de longe, no conjunto e em cada detalhe.
Sempre acabo impressionada em como o papel da curadoria influencia na percepção da obra. Nesse sentido, o espaço projetado pelo Oscar Niemeyer combinou bem com o porte dos painéis. Porém, a exposição faz uma tentativa de direcionar o olhar, com a exibição de um vídeo de aproximadamente 7 minutos que dá iluminação localizada a detalhes da tela, relacionando-os com os estudos e esboços feitos previamente por Portinari. Se, por um lado, é interessante estabelecer tal relação, por outro, não há tempo suficiente para a apreensão de tanta informação. Gosto de perder-me na vastidão e no excesso de informação, é uma condição inerente à obra. E o vídeo, que se propõe educativo, priva-nos desta experiência.
Talvez o que mais tenha me impressionado é que, depois da exibição do vídeo, as pessoas simplesmente foram embora. Sentiram-se elas satisfeitas? É uma pena que a cultura televisiva e
imediatista atinja a esfera das artes. Eu poderia ficar horas olhando Guerra e Paz, e ainda assim sentir que ainda não vi tudo.
Uma prévia das obras pode ser vista no site http://www.guerraepaz.org.br/#/home , mas nada se compara à experiência no local, principalmente por causa de sua escala monumental.
A exposição fica no Memorial da América Latina até 21 de abril de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
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