segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Bienal para alem do pavilhão

Somos colônia
Somos rurais
Somos o contato com a natureza
Somos o sofrimento escrito na pedra
Somos a vivência pendurada numa árvore
Somos simples
Somos rústicos
Somos a aleatoriedade da tinta jogada por um homem vestido de tartaruga
Somos brasileiros



Usar espaços como a Casa do Bandeirante como suporte para instalações artísticas deveria ser uma regra, e não uma exceção.
Simulação de colonização e natureza tropical no ambiente bandeirista que é a própria simulacro personificado da história da cidade.
Quando fui ainda não havia folhetos ou placas informando quem eram os artistas que estavam expondo ali. Ruim para eles, mas bom para o público, que pode experimentar a exposição sem nenhuma informação que induza a certas percepções ou comportamentos: seja livre e vivencie o que está ali.

domingo, 28 de outubro de 2012

A iminência das poéticas


Será possível ser ao mesmo tempo a maior exposição de artes do Brasil (talvez da América Latina) e ser sutil? A trigésima Bienal prova que sim.
Sem artistas-celebridade ou obras chamativas pelo seu tamanho ou por tratar de temas polêmicos (dos quais a 29ª bienal estava repleta), o minimalismo reina. Sutileza após sutileza, o visitante deve ser curioso e estar aberto à investigação, pois poucas obras gritam para chamar a atenção
Foi corajoso o curador Luiz Péres-Oramas, por fugir do espetáculo sem perder a grandiosidade, que é inerente à mostra. Também por não ter um tema fechado, pois aí cabe ao visitante identificar a linguagem ou a temática comum entre as obras que, ainda que eu não consiga verbalizar, está bem claro na minha cabeça que ela existe. Aliás, é imensurável o quanto sou agradecida por serem pequenas e praticamente invisíveis as placas indicativas com titulo e ficha técnica das obras. O que tem que chamar atenção é a obra, o resto é detalhe. É uma bienal propositiva, e não explicativa. Grandiosidade minimalista. Isso dá no que pensar.