quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Lygia Clark no Itau Cultural

O Itau Cultural está apresentando uma retrospectiva do trabalho de Lygia Clark. Posto que o seu trabalho muitas vezes propunha vivenciaçōes, numa dinâmica que fazia as pessoas se relacionarem, me pergunto até que ponto a instituição cultural é capaz de promover isso.
Digo isso porque, em um ambiente tão regrado, ao chegar e me deparar com as Obras Moles, não tenho certeza se posso manuseá-las, ainda que este seja o meu impulso. Tenho que perguntar. Posso? Pronto, é só alegria. Após quebrada a barreira da intocabilidade, passa-se a querer manusear tudo. Principalmente os Bichos, e porque não? Ao aproximar a mão, logo sou abordada por um segurança. "não pode tocar!". De fato, havia uma faixa no chão, mas quem realmente repara nelas?
O incômodo de ter que ficar o tempo todo atento às regras da instituição passa a ser maior que o desfrute da experiência artística.
Sem contar que, às vezes, o fato de se poder manusear uma obra é transformado em um espetáculo desnecessário. Monitores são colocados a postos para te abordar e dizer: "pode mexer se quiser, viu?" "tem que fazer fila pra entrar aqui, só pode um por vez".
Será que realmente era essa diversão regrada que a Lygia Clark estava propondo? O limite da instituição é mais que evidente, e não sei se existe alguma forma de contornar este problema por completo, já que existe a responsabilidade de assegurar a integridade física das obras (acaba por se sacrificar a integridade 'moral')
Afora isso, de fato as experiências sensoriais são interessantes e estão asseguradas

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