quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Olafur Eliasson: Seu corpo da obra


Espaço, luz, reflexo do espaço, reflexo da luz, eu no espaço, eu na luz, como eu me insiro neste espaço? É o que me pergunto enquanto vejo o grande espelho giratório no teto do octógono da Pinacoteca.
Eliasson conversa muito bem com o espaço circundante, realizando obras site-specific para o museu e a cidade. A Av. Tiradentes vista do caleidoscópio é uma nova visão de São Paulo. A passagem das pessoas, dos carros, as vitrines de vestidos de noivas, se renovam para o observador. A cidade deixa de ser a vista incômoda do entorno do parque da luz, passa a ser o elemento que dá vida ao caleidoscópio, vira a prórpia obra.


Em uma sala escura cores giram, misturando-se, iluminando fracamente o espaço, apenas para que se tenha uma pequena noção dele. E as cores giram, giram, devagar e sempre.

Entrando em uma pirâmide invertida, a luz ofusca os seus olhos. São precisos alguns segundos para se adaptar à claridade. É indescritível a sensação de quando se percebe o que está acontecendo. O dentro e o fora se confundem, a Pinacoteca se duplica.

É a primeira exposição individual do dinamarquês Olafur Eliasson na América Latina, ele está na Pinacoteca, no SESC Belenzinho e no SESC Pompéia, até 8 de janeiro de 2012.
É uma pena que tanto espelho incite o narcisismo - naqueles que já tendem a isso.
(fotos de autoria própria)

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